OS RISCOS DE “DAR UM TEMPO” NO RELACIONAMENTO; VALE A PENA?

Conheço gente que não acredita nessa história de “dar um tempo” na relação. Que isso é só uma desculpa para fugir do inevitável: o fim. Bem, pode ser verdade mesmo, e cada casal é um caso. Mas, dar uma pausa no namoro ou casamento envolve riscos e desconfortos emocionais. Confira:

  • O que está ruim, pode ficar pior. A distância pode “esfriar” ainda mais o relacionamento.
  • Às vezes, a medida é realmente um eufemismo do “acabou” ou uma desculpa para não terminar, pelo menos por enquanto.
  • Se a relação estiver realmente com os dias contados, “dar um tempo” servirá apenas para prolongar o sofrimento.
  • Pode ser uma perda de tempo. Impulsionados pelo medo inconsciente do que viria depois do rompimento definitivo, acabamos insistindo em algo que no fundo sabemos que não dará mais certo.
  • Muita coisa pode mudar na retomada do namoro ou casamento e a relação talvez nunca mais volte a ser o que era antes.

Geralmente, quem pede uma pausa está mesmo é querendo sair de fininho, sem tanto peso na consciência, principalmente após relacionamentos mais duradouros.

Aí, vem com aquela conversa “estou me sentindo preso, blablablá…” e, para não dar um pé na bunda logo de cara, sugere o distanciamento temporário.

Existem até situações surpreendentes, quando um dos dois pede para ficar longe, o parceiro ou parceira aceita a proposta e, tempo depois, acaba namorando outra pessoa. Resultado: quem propôs o break se arrepende amargamente. Tempo também serve para isso, gente!

Tem gente que pede um tempo, inclusive, de tempos em tempos. Sim! Primeiro, segundo, terceiro round e por aí vai… Ou seja, propõe deixar o (a) companheiro (a) em stand-by várias vezes para dar uma espécie de pulada de cerca consentida ou coisa parecida.

Então, vale tudo, até os motivos mais bobos, as discussões mais tolas, como a escolha do sabor da pizza, para pedir o famoso tempo.

Tempo? Para quê?

O “dar um tempo” no relacionamento é como uma faca de dois gumes. É uma ameaça para alguns e uma solução para outros.

Mas, se o namoro não vai bem, as discussões só aumentam e a tolerância anda cada vez menor, a distância pode ser a melhor saída – independentemente do que virá depois, o fim ou o recomeço.

Não é fácil chegar para o parceiro e propor “vamos dar um tempo?”. Mas, quem disse que relacionamento a dois é algo simples e sem altos e baixos?

Uma coisa é certa: ficar do jeito (ruim) que está não é bom para ninguém. Tem hora que é “ou vai, ou racha”. Às vezes, tem que rachar, sim! Por mais doloroso que possa ser para uma ou ambas as partes.

É tentador fazer um drama básico, chorar, pedir que o outro não vá. E uma vez pronunciada as palavras “vamos dar um tempo”, as angústias e divagações tomam conta da cabeça de quem as ouve. Seria um jeito menos impactante de dizer: “acabou”? É possível!

Assim como é possível, também, voltar do planeta insólito e lacrimejante da pausa no relacionamento com as ideias e sentimentos no devido lugar. Ou seja, retomando a relação de maneira mais madura, segura e até apaixonada.

Mas, pense bem: se alguém propõe o tempo para pensar e a gente bate o pé dizendo que não, mesmo estando confuso (a) a respeito dos próprios desejos, não seria melhor aceitar a distância?

Em muitas situações parece que rola um certo apego aos títulos “meu namorado/minha namorada”, “meu marido”, “minha esposa”. Enquanto que, na verdade, a pessoa em questão não está mais ali dentro daquele título – se é que posso dizer assim.

Isto é, a melhor coisa a fazer seria dar o bendito tempo. Mas é tão difícil largar a condição de namorado (a), casado (a) ou seja lá o que for, que a pessoa ignora o próprio desconforto e quer deixar tudo como está: péssimo, diga-se de passagem.

Enfim, um dos riscos de “dar um tempo” no relacionamento é descobrir que o passado pode até ter sido bacana, mas no momento presente você fica bem mais feliz sozinho (a).

É quando risco vira benefício. Mas só sabemos vivendo… Até a próxima!